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Ansiedade: A Rebelião do Self

  • Foto do escritor: Solange Corrêa
    Solange Corrêa
  • 21 de mar. de 2024
  • 4 min de leitura

Teoria dos Complexos e a Psicossomática



Vivemos em uma sociedade que valoriza o racional em detrimento das emoções e dos instintos e, ainda hoje, quando se fala em doenças psicossomáticas, há no imaginário popular um viés materialista causal, procurando-se as “fragilidades”mentais que convergem em doenças no corpo, responsabilizando a pessoa pelo seu sofrimento e mobilizando defesas psíquicas para os sentimentos que surgem.


Durante meu trabalho na clínica de psicologia percebi em diversas ocasiões a dificuldade das pessoas em perceberem os seus sentimentos, buscando uma causa biológica (hormonal ou neurológica) que geravam dificuldades de relacionamento e/ou comportamentos compulsivos, separando mente e corpo, desqualificando os sentimentos e intuições em favor da racionalidade.


Esse tipo de situação era particularmente visível nas questões vinculadas à ansiedade, que muitas vezes aparecia como pano de fundo de diversas queixas, tais como o consumo abusivo de substâncias lícitas e ilícitas, de compulsões (alimentares, sexuais ou por jogos) ou de problemas de relacionamento (com pais, parceiros ou no trabalho).


Na maioria das vezes, os pacientes não conseguiam perceber os sentimentos, as intuições e o contexto em que surgiam as chamadas “crises de ansiedade”. Percebiam apenas os sinais corporais: que o coração disparava, que suavam frio, que ficavam paralisados, que faltava ar, que pareciam que iam desmaiar ou morrer.


Era recorrente nesses pacientes uma tentativa frustrada de autonomia, por falta de confiança em si e no que transcende ao racional, sendo difícil para eles a percepção do que desejavam, de romperem com certas amarras sociais, e de se posicionarem em diversas situações, com medo de não serem aceitos, permanecendo assim, emocionalmente vinculados aos pais e outras figuras importantes em suas vidas.


Nas narrativas desses pacientes é visível que na maioria das vezes agiam de forma racional, bloqueando os sentimentos que apareciam, sendo consumidos pela culpa e pelo medo, quando as emoções gritavam em pequenos surtos ou quando elas se rebelavam no corpo em forma de ansiedade.


Quando confrontados quanto à sua autonomia, esses pacientes se mostravam ambivalentes entre os confortos da vida infantil e as responsabilidades do mundo adulto, se sentindo despreparado para seguir no caminho da evolução.

Esse trabalho foi elaborado em razão do meu entendimento sobre a necessidade de um estudo aprofundado a respeito da ansiedade como símbolo da busca do self por autonomia e equilíbrio, permitindo um melhor entendimento sobre o sujeito em toda a sua complexidade e sobre a indivisibilidade psique-corpo, buscando uma maior compreensão a respeito do papel da ansiedade no caminho evolutivo do indivíduo.


A motivação para essa pesquisa partiu da atualidade do tema, tendo em vista o grande número de pessoas que procuram a clínica para lidar com os sintomas de ansiedade, bem como da minha percepção pessoal de que muitos pacientes têm dificuldade de entender e expressar o seu desejo em se tornarem emocional e/ou financeiramente autônomos.

De acordo com o acima exposto, entendemos que o tema apresenta relevância científica, pois este estudo irá contribuir com os profissionais da área de psicologia com novas reflexões sobre as expressões da ansiedade, principalmente na busca da pessoa pela autonomia, bem como da inter-relação entre a psicologia e outras áreas que cuidam do indivíduo no processo de adoecimento. O tema apresenta também relevância social, pois irá contribuir com a sociedade na medida em que amplia o entendimento da simbologia da ansiedade, buscando uma compreensão integral do indivíduo, em seus aspectos biopsicossocial.

O objetivo dessa pesquisa foi verificar a ansiedade como símbolo da expressão do self no corpo e sua relação com a busca de autonomia pelo sujeito sob a perspectiva da psicossomática em sua interface com a psicologia analítica.

Diante de tudo o que foi anteriormente explanado cabe então a seguinte questionamento: A ansiedade pode ser entendida como uma forma expressão do self no corpo que tenta revelar a busca do indivíduo pela autonomia?

Partiu-se da hipótese de que a ansiedade pode ser vista como uma forma de expressão do self no corpo que tenta revelar a busca do indivíduo pela autonomia. Na elaboração desse trabalho foram utilizadas pesquisas bibliográficas qualitativas para compreensão da ansiedade como expressão do desejo de autonomia sob a perspectiva da psicossomática em sua interface com a psicologia analítica.


Inicialmente foram efetuadas pesquisas sobre a psicossomática em sua interação com perspectiva analítica e sobre a ansiedade como símbolo da manifestação do self, para identificar a inter-relação entre o corpo e a psique. Depois, diante da necessidade de ampliação do tema, foram feitas pesquisas sobre as definições e delimitações da psicossomática e de sua evolução de acordo com a perspectiva analítica, bem como a respeito das diversas manifestações da ansiedade, principalmente nas manifestações expressas no corpo e relacionadas à autonomia. E finalmente, tendo em vista uma melhor exposição a respeito do tema, de acordo com a perspectiva analítica, foram feitas pesquisas sobre os mitos que trazem a explicação da origem dos transtornos de ansiedade e dos contos de fada que explicam as possíveis soluções ao problema da ansiedade encontrados pela humanidade ao longo da história.


Confira o artigo completo aqui

 
 
 

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